quinta-feira, 9 de maio de 2013

Pela noite dentro

Olha para o relógio, já passava da hora. À sua volta diferentes emoções vagueiam pelas mentes presentes e de uma forma ou de outra cruzam-se em pontos comuns.
Está resolvido, urge a necessidade de exercitar a mente e o corpo. Felizmente não foi o único.

O corpo ficou massacrado - objectivo cumprido, já a mente não se libertou, a incerteza continua presente e não há meio de dar lugar a uma decisão.

A noite já está presente com todo o seu esplendor, as ondas do mar rebentam suavemente e é o único som presente - o tempo parou.

No relógio passaram duas horas... Apenas as estrelas e o mar se arriscam a marcar presença. A àgua do mar está simplesmente apetecível e a convidar a um mergulho prolongado.
Resolve tirar as sapatilhas e arregaçar as calças. A sensação ao sentir os seus pés mergulhados na água morna e na areia é revigorante, libertadora...

Ao fundo o farol dá sinal. Está na hora da faina. Alguns barcos fazem-se ao mar. Segue a esperança de trazer sustento daqui a mais umas horas.

"Boa noite, não é um pouco tarde para estar aqui sozinho?"
"Aqui é tão bom quando queremos estar sozinhos."
"Tens razão rapaz! Mas tem cuidado que andam por aí gandulos a fazer das suas."
"Eu sei, mas disso há em todo o lado. Há que aproveitar estes momentos, senão como seríamos felizes ao ignorar estes pequenos prazeres da vida?"
"Mais uma vez, tens razão. É raro alguém dar valor a isto! Bem, vou ali ajudar no barco. Boa noite."
"Boa noite, bom trabalho e sorte."

É impressionante a força de quem vive realmente a vida com tudo o que é ignorado pelo mundo. A simplicidade é deliciosa e confortável quando se acredita e se quer mesmo algo na vida.

Amanhã é outro dia e se o sol não brilhar a noite estará presente para aquecer a alma.

PG

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