Tudo se demonstra, tudo se expressa, tudo se evidência...
«Não gosto de bacalhau.»
«Esta sopa está salgada.»
«Hoje o tempo não está do meu agrado.»
«Aquele fulano não sabe bem o que quer»
«Não me apraz nada a maneira de ser daquela fulana!»
...
Tudo considerações acerca do que possamos sentir ou pensar. Será que uma pessoa é mais premíscua em expor directamente, objectivamente, de uma maneira fundamentada as suas considerações, os seus pensamentos ou até os seus sentimentos, do que alguém que não o faz e prefere jogar com o subentendimento?
Penso que é sempre preferível uma pessoa ser sincera e directa. Doa a quem doer, é o que pensamos, é o que sentimos, quem discordar que o diga, mas que use do mesmo método («In your face»), não quer com isto dizer que se seja agressivo, até pelo contrário, ao entrar na agressividade e na excentricidade perde-se o fio do raciocício e tudo o que poderia resultar num entendimento perde-se em segundos. Portanto há que dialogar, pois se temos essa característica, de poder falar, há que usufruir dela.
O sentimento de culpa, talvez seja aquele que contribui mais para que o ser humano evite a comunicação. Pois quando alguém «mete a pata na poça», fica sempre no dilema de: «como é que eu agora vou resolver isto?»...e geralmente acaba sempre com: «vamos deixar passar o tempo, pode ser que nem se note, ou que ninguém se importe...», e o tempo avança.
O grande problema neste tipo de atitude é que por vezes, com o passar do tempo, pode ser já tarde demais...e aqui faz-se sempre as mesmas alusões: «mas eu gostava tanto dele/dela/deles, de estar com ele/ela/eles, não consigo compreender...».
O que mais me intriga é este sentimento da pessoa que faz o mal, não admitir que o faz, não tentar resolver a situação e depois entrar no esquema de ser a vítima. E quem sofreu com o mal causado, se quiser resolver alguma coisa (até porque como o tempo já passou) é uma questão de atitude. Até porque a «pessoa maléfica» gosta muito a quem fez sofrer, a quem não respeitou e a quem não soube apenas dizer: «Desculpa, errei. Gosto muito de ti.».
Mas é difícil, eu sei que é...acontece quando as pessoas são orgulhosas, ou quando pensam que gostam, mas se calhar não é bem assim. Na minha opinião, basta haver respeito, nem é preciso gostar. Uma relação entre duas (ou mais) pessoas seja de que tipo for resulta sempre se houver respeito, o resto nomeadamente a amizade, vem depois.
Gostar...gostar...era bom que tudo fosse pelo gostar...
Felizmente não o é.
PG
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